"1914 - A Geração Que Não Passará"



"Ainda há muitos milhões dessa geração vivos. Alguns deles 'de modo algum passarão até que todas estas coisas ocorram'. - Lucas 21:32. Desde 1914 já atravessamos duas guerras mundiais e muitos outros grandes conflitos, além de fomes, terremotos, pestilência e coisas desse tipo. (Lucas 21:10, 11) Mas Jesus disse: “Esta geração de modo algum passará até que todas estas coisas ocorram.” (Mateus 24:34)" (grifo adicionado) "Sim, poderá viver para ver esta prometida Nova Ordem, junto com os sobreviventes da geração de 1914 - a geração que não passará."


A Sentinela 15 de Novembro de 1984



11 anos depois...


"O povo de Jeová ...às vezes tem especulado sobre quando irromperia a “grande tribulação”, até mesmo relacionando isso com cálculos sobre a duração da vida duma geração desde 1914." (grifo adicionado) "Em vez de estabelecer uma regra para a medição do tempo, o termo “geração”, conforme usado por Jesus, refere-se principalmente a pessoas contemporâneas dum certo período histórico, com as características identificadoras delas." "Não precisamos conhecer de antemão a data disso." A Sentinela 1.º de Novembro de 1995
Eruditos e Comentaristas da "Cristandade apóstata"

A Sociedade cita no segundo artigo da Sentinela de 1.º de Novembro de 1995 quatro eruditos para fundamentar os pontos que ela deseja. Os eruditos são:

Walter Bauer (Greek-English Lexicon of the New Testament)
William Edwy Vine (Expository Dictionary of New Testament Words)
Joseph Henry Thayer (Greek-English Lexicon of the New Testament)
Gerhard Kittle (Theological Dictionary of the New Testament)

Um detalhe interessante: todos eles têm vários aspectos em comum. Todos eles possuíam formação de ensino superior, todos eles já estão falecidos e, acima de tudo, todos eles tinham afiliação com a "Cristandade apóstata", aquela que a Sociedade chama de "a parte mais repulsiva" de "Babilônia, a Grande" que vai queimar no fogo eterno do Armagedom. Mas isso não é tudo!

Forjando Uma Excelente Reputação Por Citações

O que é ainda mais interessante é que exatamente o mesmo erudito e sua obra são citados tanto pela Sentinela de 1984 como pela Sentinela de 1995 para provar duas posições exatamente opostas. Veja as citações:

"...“A totalidade dos nascidos na mesma época, que se estende para incluir todos os que vivem numa dada época em relação a uma geração, contemporâneos.” (A Greek-English Lexicon of the New Testament da Quinta Edição de Walter Bauer, 1958)". A Sentinela de 15/11/84
"Nos Evangelhos, a palavra “geração” traduz a palavra grega ge·ne·á, que léxicos atuais definem nos seguintes termos: “Lit[eralmente], os que descendem d[um] mesmo antepassado.” (Greek-English Lexicon of the New Testament, de Walter Bauer)". (grifo acrescentado) A Sentinela de 1/11/95

Que confiança têm você numa organização que usa artifícios como os acima para construir uma boa imagem? O que diria isso sobre as demais inúmeras citações que a Sociedade usa ao longo de suas publicações? Deixamos a resposta a você, leitor!
* Jesus Cristo é o Senhor!!! Só o Senhor é Deus!!!

Testemunhas de Jeová – Uma Religião de Sucesso?

A cúpula das Testemunhas de Jeová, em Brooklyn e nas filiais em volta do mundo, têm perdido o sono ultimamente. Já se perguntou alguma vez por que muitos se sentem atraídos à esta religião? Se você é uma Testemunha de Jeová, já se perguntou, após deparar-se com uma inconsistência doutrinária, como é que ninguém teria notado isto antes? Ou se notaram, por que, mesmo pessoas inteligentes, continuam na religião apesar disso? Poderiam todos os que acreditam estarem errados? Se você já se fez alguma dessas perguntas então este artigo é pra você.

As Testemunhas são compostas de pessoas de vários níveis sociais, econômicos e educacionais; essa diversificação de origens é por sinal muito elogiável. Dentre elas há pessoas muito limitadas mas também há pessoas muito hábeis. É preciso lembrar, porém, que muitas dessas pessoas mais sofisticadas, inteligentes, se tornaram tais depois de terem se tornado Testemunhas, seja porque já nasceram num lar de Testemunhas ou porque abraçaram essa fé cedo na adolescência, o que é muito comum. No entanto, as perguntas acima são no mínimo intrigantes e merecem uma consideração. Para uma religião reter adeptos ela precisa primeiro, obviamente, fazer adeptos. Como conseguem isso? Vejamos.

Pessoas Se Sentem Atraídas – Por quê?

Existem vários fatores que atraem as pessoas às Testemunhas e este artigo de forma alguma pretende ser exaustivo o bastante para ser considerado a última palavra no assunto, pois isto talvez requeresse um inteiro livro por si só. Considere a seguir três desses fatores.

Ausência do Forte Comercialismo

Num mundo onde as religiões, bem ou mal intencionadas, exigem dos seus membros contribuições, dízimos, ofertas etc, é muito comum uma pessoa que se aproxima das Testemunhas de Jeová achar seu método de contribuições voluntárias bastante correto. É muito comum a Testemunha se orgulhar disso e o apontar como sendo um sinal identificador da religião verdadeira. É preciso lembrar, contudo, que alguém precisa pagar a conta, ou seja, quando as contribuições voluntárias não são suficientes, um pedido direto de contribuições é feito – nas assembléias de circuito e distrito isto têm se tornado comum; se o morador – de casa em casa - não mais paga pela publicação, alguém têm de pagar e esse alguém é, naturalmente, os membros da congregação. Às vezes nos esquecemos que para que algo continue sendo voluntário é preciso que o objetivo seja atingido; quando ele não o é, o que era voluntário vira compulsório.

Socialização

Já reparou como a faixa etária das Testemunhas de Jeová nos países em desenvolvimento é baixa? Há uma quantidade de jovens muito grande nas congregações. As reuniões e diversas assembléias durante o ano provêem uma excelente forma de socialização para as Testemunhas, especialmente os jovens. O que teria uma pessoa - jovem ou não - a perder se ele(a) percebe que têm a chance de obter um belo(a) namorado(a) dentro da congregação? O que teria a pessoa a perder se ela está se vestindo e até se expressando melhor no meio social no qual ela acabou de se inserir? Nada.

Qualidade Gráfica e Editorial

Já observou como é difícil achar um erro gramatical nas publicações das Testemunhas? Já notou como é de boa qualidade o material usado na produção dessas publicações? Se você é uma Testemunha, claro que já percebeu quão boa é a qualidade gráfica das ilustrações e fotografias usadas nas publicações. Por outro lado, já reparou como é fácil nós comprarmos um produto, qualquer que seja ele, pela melhor embalagem que ele têm? Por exemplo, que impressão você teria de um manual de computador que contivesse uma série de erros de grafia ou gramaticais? É provável que duvidasse da qualidade do computador em si, não é mesmo? A qualidade da literatura das Testemunhas contribui para a impressão de que a religião deve ser mesmo de Deus.

A Necessidade de Crer em Algo

A grande maioria das pessoas sente a necessidade de crer em algo mesmo que não seja necessariamente Deus ou a Bíblia. Já reparou como não são muitas as pessoas que quando indagadas 'qual é a sua religião?' dizem 'eu sou ateu'? Mesmo aqueles que dizem 'eu sou ateu' completam isso com frases do tipo 'eu acredito em levar uma vida honesta' ou 'eu acredito em fazer o bem ao próximo'. As pessoas, independente do nível intelectual, querem crer em algo. Alguns adotam uma crença totalmente desprovida de restrições, outros reconhecem a existência da autoridade Divina, ainda outros criam ou adotam complexos sistemas doutrinários. As Testemunhas de Jeová se encaixam nesta última categoria. Além de um sistema doutrinário, porém, as Testemunhas de Jeová ensinam coisas boas – de senso comum, na verdade – tais como o respeito aos pais e outras autoridades, honestidade, limpeza moral etc. Quando uma pessoa toma contato com uma religião assim é muito comum ela pensar 'que religião diferente, têm de ser a verdadeira'. Pouco se dá conta de que exatamente o aspecto que a atraiu pode ser exatamente o que vai se reverter implacavelmente contra ela lá na frente. Muito comum acontecer também é o que ocorre quando alguém está prestes a fechar um contrato, ou seja, normalmente as letras miúdas não são vistas ou lidas. As Testemunhas de Jeová, por motivos óbvios, não informa o prospecto converso completamente das obrigações que o aguardam se se tornar uma Testemunha batizada. Elas também não têm o menor interesse em avisar o que acontecerá se após o batismo a pessoa desejar voluntária e formalmente se desligar. Enfim, o fato é que para satisfazer sua necessidade de crer em algo, o estudante está ansioso para abraçar a nova fé e a Testemunha, até de modo sincero, ansiosa para fazer um novo converso.

Questionar Não é Encorajado

Muitas Testemunhas passam anos achando que têm todas as respostas para todas as perguntas. Quando um questão surge, o ancião congregacional vai no máximo – apesar de as Testemunhas pensarem o contrário – apontar para o que a Sociedade ensina, independente de isto fazer ou não sentido. O problema na maioria das vezes, porém, não é dúvida quanto ao que a Sociedade ensina mas quanto a se o que ela ensina faz ou não sentido. Neste momento a pessoa, se não tinha percebido ainda, percebe que questionar não é encorajado nem aconselhável, afinal quem teria a coragem de questionar a Deus? Questionar a Deus? Sim, a Organização, provisionalmente, criou algumas doutrinas que fazem com que a pessoa fique muito desconfortável em questionar. Dúvida é visto como falta de fé. Por exemplo, Jesus numa ilustração, se referiu ao "escravo fiel e discreto" e disse que ele estaria fornecendo alimento espiritual aos "domésticos", mas sabe quem é esse "escravo"? Isso mesmo, a liderança que está lá em Brooklyn. Essa, aliás, é uma doutrina bastante interessante porque, segundo a Sociedade, este "escravo" é todo o restante ungido, espalhado por toda a terra, ao passo que lá em Brooklyn encontra-se apenas um porta-voz desse "escravo", o corpo governante, um grupo de elite de talvez uns 13 membros. Ou seja, é o porta-voz que está fornecendo esse alimento, ao passo que a enorme maioria desse "escravo" simplesmente o consome. Mas a Testemunha não pode questionar. Precisa aceitar o pacote inteiro. Questionar isso é ir contra o próprio Deus. Se os membros do "escravo" não forem todos repostos por novos membros e o Armagedon não vier logo, deixará o alimento de ser servido? Não pergunte. Outra aspecto provisional também é a expressão "organização de Deus". A Torre de Vigia se auto-nomeou o único "canal de comunicação de Deus na Terra". Qual Testemunha se atreveria a contestar isso? A palavra "organização" têm mais de um sentido para as Testemunhas, mas elas aprendem com o tempo a reconhecer exatamente do que está se falando quando esta aparece nas publicações, que na maioria dos casos, refere-se ao comando central lá em Brooklyn. Mesmo quando a Testemunha de fato questiona, ela muitas vezes racionaliza do modo como consideramos a seguir.

Alguém Com Certeza Sabe Explicar

É muito comum, ao deparar-se com uma inconsistência, a Testemunha racionalizar dizendo que o conhecimento dela não é suficiente, que ela não é tão experiente, mas que os anciãos sabem a resposta; se eles não souberem, alguém lá em Cesário Lange sabe; se lá ninguém sabe, em Brooklyn com certeza têm alguém que saiba. Pior que isso, muitas vezes ela vai reprimir o questionamento dela com o raciocínio de que isto não é importante para o aspecto geral de sua fé, esquecendo-se de que todo um conjunto de outras doutrinas baseia-se justamente naquela que ela acabou de descartar como sem importância, esquecendo-se também de que foram as próprias Testemunhas que tiveram o capricho de criar todo um pacote de doutrinas peculiares – 1914, feriados, aniversários, estaca de tortura versus cruz etc – e fazem disso um artigo de fé. Mas imagine que ela questionou, pensou, refletiu, não achou resposta satisfatória, e agora? Deixará ela a religião? Isto pode não ser tão simples assim. Veja porquê.

Entrar é Fácil, Sair Nem Tanto

Imagine que você é membro de uma família de Testemunhas. Imagine que seus pais e talvez avós são do tipo que enchem o pulmão quando dizem que a família TODA está unida na fé. Agora imagine que um membro dessa orgulhosa família "unida na fé" chegou ao ponto em que ele têm certeza de que há sérios erros e/ou falsidades na religião que ele tanto amou, você acha que é fácil pra ele manifestar isso e enfrentar toda a família e a resultante vilificação dele? Vilificação? Sim. Só há três maneiras de a pessoa deixar de ser uma Testemunha de Jeová: ela se afasta quietamente, é expulsa da organização ou voluntariamente pede o desligamento. A primeira opção normalmente não é possível porque, como seres humanos, nós conversamos sobre os questionamentos que temos, o que é visto como "apostasia", e isto é razão suficiente para expulsão. E a terceira opção carrega os mesmos efeitos da segunda, a saber, total corte de relações por parte dos ex-amigos e da família. É por isso que não é de surpreender que muitas pessoas, mesmo as bem informadas, se mantenham exatamente onde estão.

O Tempo Também é Um Fator de Retenção

Muitas vezes o individuo que descobriu a real natureza da religião já é Testemunha por muitos – 15, 20, 25 – anos. Em muitos casos esta pessoa simplesmente racionaliza que seria um descabimento agora, depois de tanto tempo, abandonar o que ele defendeu tão arduamente, e no final das contas Jeová consertará as coisas que estiverem erradas. Afinal, o que pensaria dele os amigos? Ironicamente, ele faz exatamente o que a Torre de Vigia diz que as pessoas não deveriam fazer, a saber, se manter numa religião por simples tradição ou por influência dos pais, família e amigos.

Os Tempos Mudaram

Não podemos deixar de encarar um fenômeno que está mudando as regras desse jogo: a Internet. O acesso à informação associado à maior comunicação entre as pessoas faz com que a pessoa descubra que aquilo que ela achava que fosse um problema só dela é também um problema para outros. A quebra do isolamento entre as pessoas têm sido um fator decisivo no abandono da religião por parte de muitos. A sensação de que o caso dela é uma exceção agora é muito menor. O que ocorre na França, na Rússia, na Bulgária ou nos Estados Unidos é facilmente conhecido, mesmo para pessoas que vivam do outro lado do globo. A Rede Mundial é uma verdadeira pedra no calcanhar da Torre.
Enfim, quando paramos pra pensar objetivamente, não encontramos muitas dificuldades para entender porque, mesmo pessoas requintadas e capazes, se tornam cativas de um sistema doutrinário tal como o das Testemunhas de Jeová. Todavia, a Internet continuará a tirar o sono do Corpo Governante porque…. humn... bem, vamos ficar por aqui, isso é assunto para uma outra conversa.

*Texto extraído do site http://observandoomundo.org/ .

São as Testemunhas de Jeová Mestres, ou Vítimas do Engano?


Vicente Fragoso já estava à ponto de buscar ajuda psiquiátrica profissional.

Quando uma Testemunha de Jeová percebe claramente que há problemas no fundamento doutrinário da sua religião, não é incomum ela se perguntar sobre quem de fato está em ignorância e quem está promovendo o engano. Afinal, não viram os anciãos, homens que se dedicam tanto a estudar as publicações da Torre de Vigia, a falha doutrinária? Se viram, por que não compartilham o que entenderam? Na questão do sangue, por exemplo, não perceberam os irmãos mais experientes e os anciãos a falta de sentido quando a Sociedade dividiu o sangue em componentes primários e componentes secundários, proibindo os primeiros e liberando - desculpe, transformando em "questão de consciência" - os últimos? Estariam os anciãos em ignorância? Não entenderam? Ou estariam eles a promover o engano? Para responder a essas perguntas, talvez seja de valor revisitar alguns aspectos da estrutura da Organização. Vejamos.


Hierarquia Centralizada e... Autoritária


A "organização" das Testemunhas se auto-intitula a "organização de Deus"; em sendo assim, ela não vê a menor necessidade de consultar as congregações ou os anciãos, e muito menos os publicadores, sobre decisões administrativas e, menos ainda, doutrinárias. Tem-se dito, e com muito fundamento, que a organização das Testemunhas em muitos aspectos assemelha-se a certos governos comunistas que ditavam muitos - senão todos - os aspectos da vida dos cidadãos. A Sociedade tem manuais para tudo, desde como a matriz em Brooklyn funciona até como as congregações devem operar, procedimentos judicativos etc, passando pelo relacionamento das várias filiais no mundo com o comando central. A Sociedade Torre de Vigia - por mais doloroso que isto seja para uma Testemunha - é uma organização autoritária. Não é de surpreender que esse autoritarismo se reflita também nas congregações. Por exemplo, dificilmente permite-se a congregação decidir nem quanto ao horário das reuniões; quando muito, permite-se a congregação votar em opções prontas já decididas pelos anciãos. Mais importante que isso, o conteúdo das reuniões é imposto pela liderança. Embora dá-se a isso nomes interessantes tais como "arranjo teocrático", o que isto realmente significa é bem conhecido mesmo pelas Testemunhas: Ausência de discussão do assunto. Claro que numa organização com esta estrutura, o fluxo de informação tem que ser controlado. Quanto sabem as filiais, as congregações e os anciãos? Consideremos.

Quanta Informação?

Um dos aspectos de qualquer organização centralizada e autoritária é o controle do fluxo da informação. A Sociedade é uma organização secretiva. Ela adotou o conceito de que as informações devem ser passadas 1) somente para quem dela precisa e 2) somente o necessário para que o detentor dela desempenhe suas tarefas. Apenas alguns exemplos disso serão suficientes: 1) Alguns argumentariam, e estão corretos, que seria de se esperar algum filtro de informação pois isso é comum em quase qualquer que seja o tipo de organização. Mas acha correto alguém lhe ensinar algo durante décadas e depois lhe negar uma informação relacionada com este ensino que tem a ver com a sua própria vida? Neste exemplo, que é um misto de controle de informação com a prática do engano, vê-se que é exatamente isto o que acontece. Pode ser visto na nota [1] como a Sociedade tenta convencer até mesmo os anciãos das Comissões de Ligações com Hospitais que nada mudou com relação ao sangue. 2) Uma das regras que o betelita aprende quando chega em Betel é a de não revelar e de não perguntar. Se um companheiro de quarto trabalha na gráfica e revela qual será o lançamento do próximo congresso, será punido por isso. Se seu companheiro perguntar sobre isso, será no mínimo advertido. 3) Se você for uma Testemunha de Jeová, sabe que após uma desassociação que ninguém entendeu porquê, para suprimir comentários os anciãos normalmente argumentam que os irmãos não tem todos os fatos. E eles estão certos. Não se tem todos os fatos justamente por causa da secretividade das Comissões Judicativas, o que somente aumenta o poder de controle dos anciãos [2]. Por que a Sociedade e os anciãos fazem isso? Seria isto parte de alguma "estratégia teocrática"? A resposta a essa pergunta pode não ser tão simples assim. Não podemos dizer, de homens basicamente bons e gentis, que deliberada e descaradamente enganam. Considere o que uma pessoa que não é Testemunha de Jeová explicou sobre isso e compare com o que ocorre com as Testemunhas.

Uma Não-Testemunha Nos Escreve

A Igreja Universal do Reino de Deus passa a impressão de ser uma igreja onde há uma constante preocupação com a realização material. É muito comum, nas entrevistas pela televisão, por exemplo, os felizes fiéis relatarem quão bem materialmente estão. Os pastores nas igrejas enfatizam que é preciso 'ofertar muito' para receber muito em retorno. Muito bem, pediu-se a uma pessoa, que foi durante anos cativa dessa igreja, que tecesse alguns comentários sobre quem era quem, quem sabia o quê dentro da hierarquia, quem enganava e quem era enganado. O que encontra-se abaixo é uma consideração que muitos veriam como objetiva, equilibrada e esclarecida do assunto. Veja primeiro qual foi a pergunta feita:

Caro amigo,
quando você contou do seu martírio para se livrar da IURD, eu te perguntei quem, na hierarquia da igreja, tinha conhecimento das tramóias, e quem estava tão enganado quanto você estava. Não lembro exatamente qual foi sua resposta. O que eu gostaria é que você refletisse sobre isso e me dissesse o que acha, pois quero ver se há alguma semelhança com as Testemunhas de Jeová.

Na resposta do nosso amigo, ele primeiro alerta para o perigo de rotular as pessoas ou achar uma resposta simplista demais para o problema, e depois ele discorre sobre o que pode ser a racionalização básica para os fiéis e pastores da Universal fazerem o que fazem.

Veja agora, na íntegra, sem edição, a resposta obtida:

Isso foi uma coisa que me encafifou muito quando comecei a recobrar um pouco da razão, da lucidez. A maioria das pessoas faz uma idéia de que "Esses pastores são um bando de safados!". É muito fácil pensar assim. Aliás é a maneira mais fácil de se posicionar sobre esta e muitas outras questões semelhantes. Se o país não vai pra frente "é o governo que não presta", se o marido abandona a esposa "era um canalha", se o filho vai mal na escola "é vagabundo". É cômodo pensar assim, não é? Você já reparou como temos todos uma certa propensão a pensar sempre do modo mais fácil, mais cômodo? Existe um provérbio antigo que diz "a vaca sempre sobe o morro pelo caminho mais fácil".
Uma vez vi uma entrevista do Clodovil onde ele dizia que sua fé religiosa era a de que a reencarnação existe e que o último estágio evolutivo da alma é quando o sujeito nasce como homossexual. Não quero questionar se ele está certo ou errado. Quero apenas dizer que essa visão das coisas é a mais cômoda possível pra ele. Assim como é cômodo pra um branco acreditar que negros em geral não são bem sucedidos porque são inferiores, ou como é cômodo pra um negro acreditar que não foi admitido num determinado lugar porque o dono é "racista".
Não é só a vaca que sobe o morro pelo caminho mais fácil. Nós também. Todos nós. É necessário um esforço muito grande pra se ver livre de vez em quando dos efeitos daninhos deste hábito. E não só esforço. Em grande parte depende também do acaso. É só por acaso que surge um fato novo e alguém se dá conta de que pode estar errado, que se dá conta que talvez (apenas talvez) suas crenças não reflitam da maneira mais fiel o que realmente acontece. Pra isso é necessário se expor a fatos novos e diferentes, sistematicamente. A mente se fecha sozinha. Temos que nos esforçar pra mantê-la aberta.
Porque somos assim? É uma característica natural do ser humano não ficar questionando suas próprias crenças, afinal, se ficássemos questionando todo o tempo não teríamos o ímpeto necessário pra seguir adiante. Você sabe melhor do que eu que pra se conseguir atingir um objetivo é necessário acreditar que o esforço é válido, acreditar que estamos certos.
Sacerdotes são gente, como eu e você, caro amigo. Apesar de lidar com assuntos que dizem respeito à intimidade das pessoas, aos seus problemas, os próprios sacerdotes também estão sujeitos ao modo de funcionamento do ser humano. Eles também sobem o morro pelo caminho mais fácil. Cada um por sua vez acredita no que lhe convém. Imagine um rapaz, sem muitas oportunidades na vida, que de uma hora pra outra torna-se pastor numa destas organizações. Devido à posição e aos novos hábitos (vestir-se bem, falar melhor, etc) surgem oportunidades que ele nunca tivera. Passa a ter uma bela esposa, morar numa residência digna, ter um carro à sua disposição, ter influência sobre uma comunidade e o respeito dela. Acima de tudo, acredita que está fazendo "a obra de Deus", ou seja, está empregando sua vida dentro do mais abrangente projeto de todos os tempos. É bom ou não é?
Quando eventualmente se depara com a questão íntima "será que eu mereço estar aqui?" se ampara na confiança de que "não há uma só folha que caia de uma árvore sem que seja da vontade de Deus".
Quando se vê diante da obrigação de pedir ofertas pesadas pra pessoas que já estão em condição de extrema penúria lembra daquele profeta do antigo testamento (me fugiu o nome dele) que pediu à uma viúva que usasse sua última porção de farinha pra que lhe fizesse um bolo. Melhor: sente que além de tudo tem "autoridade" conferida por Deus.
Quando eventualmente se depara com algum caso dentre os muitos, de pessoas que se esgotaram financeira ou emocionalmente na congregação, pensa que "a fé dela não foi suficiente, isso é entre ela e Deus. Eu fiz minha parte".
Seguindo esta tendência é natural que ele se sobressaia como captador de recursos. Para uma organização com grandes despesas como é uma igreja de porte, um bom captador de recursos é importante. Desta maneira, como estas organizações geralmente têm vários níveis administrativos (como "Auxiliar de pastor", "Pastor", "Líder regional", "Líder estadual", "Líder nacional", etc), é de se esperar que os elementos com melhor performance acendam nesta escala. Sendo assim, quanto menor for seu questionamento, mais o elemento é "premiado" com promoções.
Agora vamos ao caso mais extremo: imagine um líder religioso que tem uma coleção de carros importados enquanto boa parte da legião de fiéis de uma organização passa por problemas de ordem financeira e emocional.
Quanto aos problemas de ordem emocional, o dirigente acredita estar fazendo sua parte, pois dirige uma organização religiosa, que deve se incumbir de cuidar das pessoas. Ele não pode cuidar diretamente de um por um em função do seu tempo escasso. Quanto aos problemas de ordem financeira, "isso vai da fé de cada um".
Uma organização de porte deve ter uma reserva. Não pode depositar todos os seus recursos financeiros numa só aplicação. É normal que se imobilize uma parte, adquirindo imóveis e outros bens de alto valor que possam ser vendidos em caso de necessidade. "Quem melhor que o próprio dirigente da organização pra ficar como depositário destes recursos?" E "pra que ele moraria numa casa pequena se estes imóveis estão disponíveis?", pra que ele andaria de fusca se estes veículos fazem parte do ativo da organização e estão sob sua responsabilidade? Será que sua esposa, filhos e filhas não merecem um pouco de comodidade, uma vez que são freqüentemente alvo de críticas "injustas" por sua causa?
E dentro de todo este cenário, se um dia ele tiver a capacidade de questionar por um momento a si mesmo (o que é pouco provável) sobre a validade de tudo isso, vai se amparar na máxima que diz que o universo é de Deus, que foi feito por ele e que, sendo Deus dono de tudo, é justo e natural que destine uma parte disso a quem dedica sua vida à "obra de Deus".
E isso não é ser maldoso, não é intencionalmente prejudicar ninguém. É apenas ser humano. Humano como eu e você. Só que em circunstâncias diferentes.
Esta é, a grosso modo, a maneira que eu entendo, caro amigo.

Em conclusão, como viu, surpreendente quanto isto seja para uma Testemunha, a "guerra teocrática" ou "estratégia teocrática" das Testemunhas de Jeová não é muito diferente da das outras religiões. O Vicente Fragoso tem agora pelo menos um ponto de partida na sua busca da solução desse enigma.

Notas

[1] Clique aqui para ver a carta enviada aos anciãos das Comissões de Ligações com Hospitais. E aqui para uma discussão dessa carta, debaixo do subtítulo Dateline: June 20, 2000.

[2] É comum as Testemunhas de Jeová de baixo escalão pensarem que a secretividade das Comissões Judicativas serve para proteger a privacidade da pessoa sendo julgada. Muitas ficam surpresas quando descobrem que não são poucos os casos em que o "réu" até prefere ter observadores neutros nas reuniões judicativas. Isso porém, por motivos óbvios, não lhes é permitido.

Cinco Cavaleiros do Apocalipse? Ou Quatro?

Examinando recentemente um dos livros antigos publicados pela Torre de Vigia, notei algo que logo à primeira leitura me chamou a atenção. Trata-se da quantidade de cavalos e cavaleiros vistos no capítulo 6 do livro bíblico de Apocalipse.

Primeiramente, veja a parte final do relato do livro de Apocalipse, segundo a própria Tradução do Novo Mundo:

"E eu vi, e eis um cavalo descorado; e o que estava sentado nele tinha o nome de Morte. E o Hades seguia-o de perto. E foi-lhes dada autoridade sobre a quarta parte da terra, para matar com uma longa espada, e com escassez de víveres, e com praga mortífera, e pelas feras da terra." Revelação 6:8

Agora, note o que diz aquela publicação:

"Desde 1914, a escassez de víveres ou as fomes tem afetado duas vezes tantas pessoas como nos 900 anos anteriores. A Bíblia disse que isto aconteceria no "tempo do fim". Apocalipse, capítulo 6, fala-nos de cinco cavalos e de cinco cavaleiros. É importante que saibamos o que êstes cavaleiros significam."
Do Paraíso Perdido ao Paraíso Recuperado, pág.182, par.20


A Torre aparentemente fez uma recontagem dos cavalos e cavaleiros de Apocalipse, pois o "entendimento" atual não é mais este. Hoje a Torre ensina aquilo que a "Cristandade iníqua" já ensinava há séculos, a saber, que trata-se de quatro cavalos e quatro cavaleiros.

Mas talvez você se pergunte qual é a importância disso, uma vez que parece ser algo tão insignificante.

Bem, para a Torre isso talvez não fosse algo tão sem importância assim, uma vez que ela deliberadamente preferia contrariar o que é de aceitação geral, de que trata-se de quatro, não de cinco cavalos e cavaleiros.

Mas o mais importante é a maneira como a Torre tenta se livrar de conceitos errôneos que ela mesma forma. Veja, por exemplo, como ela tenta explicar a mudança de entendimento dessa passagem bíblica, numa A Sentinela, debaixo do sub-título "Houve um Quinto Cavalo?":

"Revelação 6:8 diz: “E eu vi, e eis um cavalo descorado; e o que estava sentado nele tinha o nome de Morte. E o Hades seguia-o de perto.” À base disto, alguns têm sugerido que, visto que os primeiros quatro personagens mencionados estão montados em cavalos, não estaria o quinto também montado num cavalo? A Bíblia não diz isto."A Sentinela de 1 de Janeiro de 1986, pág.7, sob artigo "A solução do mistério dos cavaleiros" (grifo acrescentado)


É triste ver esse tipo de desonestidade por parte de uma organização religiosa. Nenhuma testemunha-de-jeová individual 'sugeriu' coisa alguma; foi a própria Torre de Vigia/Corpo Governante quem ensinou durante décadas que tratava-se de cinco cavalos.

A Torre de Vigia ensina que devemos ser humildes e reconhecer os nossos erros, inclusive apontando para o exemplo de candura dos escritores bíblicos que prontamente reconheceram suas falhas e as registraram por escrito. Mas como é difícil para o Corpo Governante praticar o que eles próprios ensinam! É como Jesus disse:

"Portanto, todas as coisas que eles vos dizem, fazei e observai, mas não façais segundo as ações deles, pois dizem, mas não realizam."
Mateus 23:3


Apesar de a Torre dizer, na Sentinela de 1 de Julho de 1980, pág.32, que "não há necessidade para ser dogmático sobre se o Hades montava um quinto cavalo ou não", dando a impressão de tolerância, se você vivesse nos anos anteriores à mudança e ensinasse publicamente que trata-se de quatro cavalos, você certamente seria repreendido e talvez expulso da organização se não se endireitasse dessa "heresia".

Portanto, leitor, se você for uma TJ, preste atenção e não erre nas contas: agora são quatro, não cinco!

"As Testemunhas de Jeová, os Aniversários e as Alianças de Casamento"


A Sociedade cita o cardeal católico John Henry Newman (livros: "Revelação - Seu Grandioso Clímax está Próximo!, " pág. 236, rodapé e "Caiu Babilônia , a Grande", páginas 36 e 37) dizendo que vários usos e costumes pagãos foram adotados pela Igreja Católica, entre eles a aliança de casamento. Alega a Sociedade, como razão para proibir as festas de aniversário, a origem pagã do costume. Como todos nós já sabemos, ela destaca o fato de que os dois únicos aniversários que a Bíblia menciona são de pagãos, o Faraó do Egito (Gen. 40:20) e o rei Herodes (Mat. 14:6).

O mero fato, porém, de que pagãos adotavam um certo costume não significa que hoje ele esteja proibido para nós. Jacó e José, por exemplo, eram servos de Jeová, mas quando Jacó faleceu José mandou embalsamá-lo (segundo costume dos egípcios pagãos), e mais tarde o próprio José foi embalsamado. (Gênesis 50:2,3,26)

Por outro lado, em parte alguma da Bíblia se proíbe a comemoração de aniversários. A principal razão apresentada é que os Judeus e os primitivos cristãos não tinham o costume de celebrá-los. Seria isso razão suficiente para que os cristãos não os celebrassem atualmente? A Sentinela 1 de setembro de 1992, pág. 30, admite que:


"Costumes que outrora eram de natureza religiosa já não o são em muitos lugares. A aliança, por exemplo, outrora tinha significado religioso, mas hoje em dia já não o tem na maioria dos lugares. Por isso, muitos cristãos verdadeiros aceitam o costume local de usar aliança como evidência de estarem casados".
E prossegue dizendo A Sentinela: "... o que geralmente conta é se atualmente o costume em questão está vinculado com a religião falsa".

Bem, se é isso o que conta, na nossa região e até onde nós sabemos na maior parte do mundo, ninguém relaciona festa de aniversário com religião de qualquer espécie. É só interrogar qualquer pessoa comum sobre o assunto. Toda TJ que dirige estudos domiciliares com pessoas de fora, sabe que elas ficam surpresas quando informadas que a Sociedade condena os aniversários como sendo de origem pagã. E nem sempre é fácil convencê-las disso, pois elas não conseguem associar aniversários com religião.

Além disso, como acabamos de ver, a Sociedade admite o uso das alianças (também de origem pagã) hoje em dia. Agora, pare e pense: o que parece ter mais significado religioso atualmente, a troca de alianças de casamento ou a festa de aniversário? Qual das duas costuma ocorrer numa igreja ou edifício religioso? Qual das duas costuma contar com a participação de um clérigo ou sacerdote? A resposta parece bem clara.

Uma simples opinião humana (provavelmente a de Joseph Rutherford, nos anos 20) decretou o aniversário como proibido e a aliança como lícita. Sendo as duas coisas de origem pagã, é pura incoerência proibir uma enquanto se libera a outra.

Adicionalmente, A Sentinela de 1 de abril de 1993, pág. 4, nos informa que o batismo também tem origem pagã, e era usado em Babilônia e no Egito em conexão com crenças supersticiosas, e nem por isso deixou de ser praticado por João Batista (bem antes de ser ordenado por Jesus em Mat. 28:19), pelos discípulos de Cristo e por toda a comunidade cristã do primeiro século, que o adotaram com uma motivação inteiramente diferente da dos pagãos.

Resta o argumento de que as festas de aniversário dão "atenção especial a pessoas imperfeitas" (livro "Conhecimento", pág. 126, par. 17 e Brochura "Escola", página 18). Mas as únicas coisas que só podemos render exclusivamente a Jeová são adoração e devoção exclusiva (Êxo. 20:4). Podemos corretamente render homenagem (ou honra), atenção, amor e carinho a outros seres humanos.

Veja os textos abaixo:

Romanos 12:10:

"Em amor fraternal, tende terna afeição uns para com os outros. Tomai a dianteira em DAR HONRA uns aos outros".

Romanos 13:7:

"Rendei a todos o que lhes é devido... a quem exigir HONRA, tal H0NRA".

Mateus 2:11:

"E, ao entrarem na casa, viram a criancinha com Maria, sua mãe, e prostrando-se, PRESTARAM-LHE HOMENAGEM".

Lucas 24:52:

"E prestaram-lhe HOMENAGEM e voltaram para Jerusalém com grande alegria".

Revelação 3:9:

"Eis que darei os da sinagoga de Satanás, que se dizem judeus, e que não são, mas estão mentindo - eis que os farei vir e prestar HOMENAGEM diante dos teus pés..."

Honra ou homenagem, como vimos, podem ser corretamente prestadas a seres humanos. Isto é o que se faz nas festas de aniversário.

E o que são as festas de casamento, as festas de despedidas de irmãos (tão comuns entre as TJ), as festas de aniversário de casamento e as festas de formatura e Doutor do ABC, senão ocasiões em que pessoas imperfeitas recebem "atenção especial", com direito a fotos, presentes, música e discursos, tal como nas festas de aniversário? Por que o Corpo Governante não condena tais celebrações que incluem tanta "atenção especial a pessoas imperfeitas"? Mais uma grande incoerência!

Em conclusão, apanhe um exemplar de A Sentinela de 1 de julho de 1979, e você verá uma edição comemorativa do centésimo aniversário da revista. Talvez seja também uma simples opinião humana que o aniversário de uma "pessoa imperfeita" não seja apropriado para se comemorar enquanto o de uma revista o seja.

*William Gadêlha

"Novas Verdades?"

Visto que A Torre de Vigia ordenou seus seguidores a "evitar pensamentos independentes... questionando o conselho que é providenciado pela organização visível de Deus" (15 de Janeiro, 1983, página 22), qualquer discussão livre terá de se originar de fora -- primeiramente daqueles que deixaram a organização.

David A. Reed (foto), editor de Comments from the Friends (Comentários dos amigos) começou a estudar com as Testemunhas de Jeová no verão de 1968 e foi batizado na assembléia de circuito em Plymouth, Massachesetts (EUA), no começo de 1969. Ele serviu dois anos como um pioneiro (ministro de porta-em-porta em tempo integral) e oito anos como ancião. Em 1971 ele casou com Penni Scaggs de Coldwater, Michigan, que tinha crescido na organização e também fazia serviço de pioneira.

Naquela época David e Penni perceberam que algumas "novas verdades" sendo introduzidas nas publicações da Sociedade Torre de Vigia era na verdade ensinamentos que tinham sido abandonados alguns anos antes como errôneos. Agora a sociedade estava retomando estes mesmos ensinamentos, no entanto apresentado-os como algo novo. Isto levou o David a fazer uma séria pesquisa nas publicações da Sociedade -- onde ele encontrou ainda mais exemplos aberrantes de idéias com ida-e-volta, falsas profecias, doutrinas anti-bíblicas e encobrimentos indecentes.

Enquanto isso, leituras bíblicas pessoais que David and Penni tinham iniciado com o objetivo de se tornarem melhores Testemunhas de Jeová, começou a convence-los de que eles deviam ser discipulos de Jesus Cristo ao invés de seguidores inquestionáveis de uma organização humana excêntrica.

Depois que David usou um discurso de instrução na reunião da quinta à noite para encorajar a congregação a colocar a leitura bíblica acima do estudo das publicações da Sociedade, ele foi removido da lista de discursantes. Aqueles que conduziam as reuniões até mesmo pararam de chamar os Reed durante as sessões de perguntas e respostas com participação da audiência. Então, em Dezembro de 1981, David começou a publicar o Comments from the Friends por debaixo do pano, enquanto ainda com uma reputação de boa Testemunha. Em uma questão de meses ele foi colocado abaixo de inquisição e dessassociado por publicar o periódico, visto que liberdade de imprensa não existe entre as Testemunhas de Jeová.

Reed continuou a publicar Comments from the Friends e desde então foi autor de uma dúzia de livros, incluindo:

Testemunhas de Jeová Refutadas Versículo por Versículo

Como Resgatar sua Pessoa Querida da Torre de Vigia (em inglês)

Refutando as Testemunhas de Jeová Assunto por Assunto (em inglês) todos da editora Baker Book House

e o primeiro livro de capa dura sobre Testemunhas de Jeová depois de décadas por uma das principais editoras seculares dos Estados Unidos, SANGUE NO ALTAR: Confissões de um Minístro das Testemunhas de Jeová lançado em 1996 pela Prometheus Books.

O Mediador das TJ's

Todo cristão sabe o que a bíblia diz em 1 Timoteo 2:5: "Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem".
Esta passagem é bem clara, indiscutível. Somente ela serve de base para dizermos que Jesus Cristo é de fato o mediador entre Deus e todos os homens. Há ainda outros textos bastante interessantes:

Hebreus 9:28 "assim também Cristo, oferecendo-se uma só vez para levar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para salvação", ou quem sabe:

1 João 2:1 "Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo, para que não pequeis; mas, se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo".

Advogado, mediador, intercessor. Estes são os papeis que Cristo desempenha perante Deus para cada homem vivo neste planeta. Ele morreu por todos nós, e quer que todos sejamos salvos. Ele ama a cada um individualmente, mesmo aqueles que ainda não creem Nele como seu Salvador e aquele que redimiu sua vida perante o Pai celestial. Portanto, nestas passagens e em muitas outras, o assunto fica bem claro, sem espaço para outras interpretações. Porém, será que é mesmo assim que o Corpo Governante das Testemunhas de Jeová pensam a respeito do papel mediador de Cristo ? A resposta, para nossa inteira surpresa é: NÃO! A Sociedade Torre de Vigia (STV) afirma categoricamente que Jesus NÃO É O MEDIADOR entre Deus e toda a humanidade. Dizem que ele é meramente o mediador do pacto que foi celebrado somente para os 144.000. É exatamente assim que os homens que dirigem todas as Testemunha de Jeová no mundo pensam. Creio que muitos que são testemunhas de Jeová não sabem deste fato (eu mesmo não sabia). E como isso é triste de ser lido. Eu tenho profunda tristeza em ler afirmações como a que vou descrever aos leitores logo abaixo. Como isto contrasta com textos como os que acabamos de citar acima. Somente a frase de 1 Timóteo 2:5 de um "só mediador entre Deus e os homens" não dá margem para uma outra intepretação. A Sociedade se baseia em Hebreus 8:6, Hebreus 9:15 e Hebreus 12:24 para dizer que ele é mediador apenas do pacto. De fato ele é o mediador do pacto, mas também é o mediador entre Deus e os homens. Tem vários outros textos que fala de Cristo como nosso intercessor, advogado e tantas outras coisas, mostrando que ele de fato intermedia por nós ao Pai. Isto está claro como cristal e a Sociedade faz ginástica teológica para ensinar o contrário.

EIS os Artigos da STV afirmando que Cristo NÃO é o mediador entre Deus e Toda a humanidade, mas só mediador de um novo pacto entre Deus e o grupo de elite de 144.000 "ungidos" da Torre de Vigia.

* A sentinela 15/08/1989 (Páginas 30-31) - "Claramente, pois, o novo pacto não é um arranjo livre, aberto a toda a humanidade. Trata-se duma cuidadosamente providenciada provisão legal envolvendo Deus e os cristãos ungidos."

* A Sentinela 15/02/1991 (Página 17 - em especial parágrafo 8) - "Assim, o sacrifício de resgate é fundamental para o novo pacto, do qual Jesus é o Mediador. Paulo escreveu: “Há um só Deus e um só mediador entre Deus e homens, um homem, Cristo Jesus, o qual se entregou como resgate correspondente por todos — isto é o que se há de testemunhar nos seus próprios tempos específicos.” (1 Timóteo 2:5, 6) Estas palavras aplicam-se em especial aos 144.000, com quem o novo pacto é feito."

* A Sentinela 01/01/1993 (Página 5) - "De modo que este homem, Cristo Jesus, foi o primeiro duma nova criação, ungido para fazer a vontade de Deus. Mais tarde, à base da sua morte sacrificial, Jesus tornou-se o Mediador dum novo pacto entre Deus e um grupo seleto de homens".

Este "seleto grupo de homens" no caso aqui são os 144.000. Pois, na visão da Sociedade, a grande multidão depende dos 144.000 para serem intermediados por Cristo. E isto na verdade, significa que eles é quem são os intercessores das Testemunha de Jeová perante Cristo. Aqueles que tem acesso as publicações da Torre de Vigia devem pesquisar bem o assunto para verem que é exatamente assim que a Sociedade pensa a respeito do assunto. E de fato a intecessora da "grande multidão" é a Organização, composta pelos 144.000, o "seleto grupo de homens". Cristo não é para você, é o que a Sociedade quer advogar. Isto é algo muito sério.

Para fechar estas pequenas referências, o Livro Segurança Mundial Sob o Príncipe da Paz (página 10) diz:
"Do mesmo modo, o Moisés Maior, Jesus Cristo, não é o Mediador entre Jeová Deus e toda a humanidade. Ele é o Mediador entre seu Pai celestial, Jeová Deus, e a nação do Israel espiritual, que está limitado a 144.000 membros."

Vocês pode até pensar que, por este livro ser antigo, talvez uma "nova luz" tenha surgido para mudar este conceito. Para tirar esta dúvida, os artigos de A Sentinela de 1989, 1991 e 1993, que são bem recentes, tem o conteúdo bastante similar ao mostrado acima. Portanto, esta ainda é a maneira como a Sociedade vê a questão. Sugiro que o leitor também dê uma olhada no Estudo Perspicaz das Escrituras (publicado pela STV), sob o tópico "Mediador", onde você poderá ver mais algumas explicações do "escravo fiel e discreto" (o corpo governante das TJ's).

Então, da próxima vez que alguém lhe perguntar ou afirmar que na concepção das Testemunhas Cristo é o mediador entre elas e Deus, você sabe não é bem assim. Cristo é o mediador apenas dos 144.000 "ungidos" da Torre de Vigia que vão para o céu. As outras ovelhas (a vasta maioria das TJ's vivas) dependem dos 144.000 (que hoje chegam a uns 8.000 vivos) e consequentemente da organização para serem salvos.

Que os fatos aqui apresentados vos ajudem a perceber que a Sociedade tem de fato desencaminhado das pessoas o único mediador (Jesus) e tem assumido presunçosamente este papel, colocando em perigo espiritual a vida de mais de 5 milhões de pessoas.

*Irmão Brasileiro
CORPO GOVERNANTE - O MEDIADOR

A Sentinela 1/10/87, página 10

Aparentemente não vemos nenhum traço estranho, ou fusão de imagens. A mensagem está mesmo na apresentação do desenho.

Note que as mãos celestiais que representam a Jeová seguram a sede mundial das Testemunhas de Jeová em Brooklyn, Nova Iorque, EUA, e dela jorra uma chuva de publicações que caem sobre o Salão do Reino (templo das TJs). A seguir, um grupo de alegres Testemunhas sai à rua com suas pastas para a divulgação de suas mensagens.

Mas vamos fazer uma releitura desta figura subliminar:

a) Na figura apresentada, podemos ver três elementos básicos: Jeová (as mãos), a Associação Cristã das Testemunhas de Jeová (os prédios) e as Testemunhas saindo do Salão do Reino.

b) e, como elemento secundário, há várias literaturas, entre elas a Bíblia e a revista A Sentinela.

Como sabemos, só há um mediador entre Deus e os homens: Jesus Cristo (1 Timóteo 2:5); mas onde Jesus aparece nessa mediação? Note que os prédios (a ACTJ) ocupam a posição que seria de Jesus. Deste modo as Testemunhas de Jeová são mediadas pela ACTJ, e não por Jesus!

Outra coisa curiosa é a posição ocupada pela revista A Sentinela. Veja que ela é a primeira a cair das "comportas dos céus" sobre o Salão do Reino, sendo seguida pela revista Despertai! e outra publicação da Torre de Vigia, para depois vir o que parece ser a Bíblia - ou não. Deste modo percebemos a superioridade das revistas A Sentinela e Despertai! sobre a própria Bíblia.

Contudo há algo mais nessa figura: veja que o homem à frente do grupo leva a revista A Sentinela em sua mão esquerda, enquanto a sua mão direita está dentro do bolso da calça. Todo o restante do grupo também usa a mão esquerda para levar as pastas de publicações; contudo, podemos ver em quarto plano um homem segurando uma Bíblia com sua mão direita. Então, se levarmos em conta que as TJs evitam transportar suas Bíblias à mostra do público, isto talvez queira sugerir alguma coisa:

1º) O lado esquerdo é usado como elemento místico entre os esotéricos. (Compare Mateus 25:32, 33)

2º) O homem que leva a Bíblia em sua mão direita é negro, e está em 4º plano em relação ao homem branco que está à frente com A Sentinela em sua mão esquerda; isto tudo pode sugerir que a Bíblia é de somenos importância para a ACTJ que coloca a revista A Sentinela como base das suas doutrinas. A cor da pele do homem que carrega a Bíblia também pode sugerir duas interpretações. Primeiro, como já foi dito, uma posição inferior (uma alusão ao racismo); ou, se analisarmos por uma corrente mística, a palavra negro significaria conhecimento (fhm, em árabe).

Agradecimentos a Hélio Eduardo de Souza