"A Bíblia Que as Testemunhas de Jeová Usam"


Os cristãos que se envolvem em discussões com as testemunhas de Jeová devem estar cientes de que a assim chamada "Bíblia" que as testemunhas de Jeová usam contém uma série de modificações introduzidas ao texto com o único propósito de sustentar as doutrinas da Torre de Vigia.

O apóstolo Pedro disse a respeito das cartas inspiradas de Paulo que "nas quais há pontos difíceis de entender, que os indoutos e inconstantes torcem, como o fazem também com as outras Escrituras..." (II Ped. 3:16). Freqüentemente, tal torcer das Escrituras é limitado à sua interpretação e isso foi feito pela Sociedade Torre de Vigia por três quartos de século. Ela publicou cópias das versões da Bíblia, que mencionam o nome "Jeová" no Antigo Testamento, junto com instruções detalhadas sobre como fazer com que as Escrituras parecessem ensinar que Deus condenou a vacinação, que Abraão e os profetas fiéis seriam ressuscitados para a terra em 1925, que Deus inspirou a Grande Pirâmide do Egito, e assim por diante. Mas havia doutrinas que eram muito difíceis de ser fundamentadas nas versões clássicas da Bíblia, não importando quanta distorção pudesse ser aplicada ao texto.

Assim, durante os anos da década de 50, os líderes da Torre de Vigia foram além da interpretação, produzindo sua própria versão da Bíblia, com centenas de
versos modificados para se ajustarem às doutrinas da Torre de Vigia. E a sua Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas continua a ser modificada com o passar dos anos, com as mudanças feitas para trazer a palavra de Deus a uma conformidade maior com o que a organização ensina.

Por exemplo, ao invés de "cruz", a Tradução do Novo Mundo usa a expressão "estaca de tortura" ‑ para apoiar o ensinamento das testemunhas de Jeová de que Jesus foi pregado em um poste ereto sem trave horizontal. Ao invés de "Espírito Santo", nós achamos referências ao "espírito santo" ou "força ativa", reforçando a negação da deidade e personalidade do Espírito Santo feita pelas testemunhas de Jeová. Cristo fala não da sua segunda volta, mas de sua "presença" (que as testemunhas de Jeová acreditam ser invisível).

A Tradução do Novo Mundo sistematicamente se dispõe a eliminar a evidência da divindade de Cristo. Ao invés de "cair aos pés de Jesus para o adorar" as pessoas faziam "reverência" a ele. João 1:1 não mais afirma que "o Verbo era Deus", mas que "o verbo era deus". Jesus não disse: "Antes que Abraão existisse, eu sou". Mas, para evitar a associação com "EU SOU" de Êxodo 3:14, a declaração de Jesus se torna: "Antes de Abraão vir à existência, eu tenho sido".
Mas a mudança mais difundida na Bíblia da Torre de Vigia é a inserção do nome Jeová 237 vezes no Novo Testamento. É claro que é apropriado um tradutor escolher o nome Jeová ou Yahweh no Antigo Testamento onde o tetragrama YHWH realmente aparece no texto hebraico. Mas a Torre de Vigia foi além inserindo o nome Jeová no Novo Testamento, onde ele não consta nos manuscritos gregos. Basta verificar uma tradução do original dos textos gregos da Bíblia para notar que o nome Jeová não aparece ali.

Para achar exemplos específicos das distorções mencionadas acima, consulte o Índice de Assuntos. Dois casos que se destacam na demonstração da linha doutrinária das Testemunhas de Jeová estão em Romanos 14:8,9 (onde a inserção do nome "Jeová" produz um lógico non sequitur no texto inglês) e Hebreus 1:6 (onde as edições anteriores diziam "E todos os anjos de Deus o adorem", mas em edições mais recentes ‑ especialmente em língua inglesa a palavra "adorem" foi substituída por "reverenciem").

(Para considerações mais detalhadas, veja O Novo Testamento das Testemunhas de Jeová, Robert H. Countess [1982, Presbyterian and Reformed Publishing Co., 136 páginas, editado em inglês]).
*DAVID A. REED

Modificações doutrinárias!


A data de 1935 já era!

A Sociedade Torre de Vigia (STV) dá uma nova guinada em uma de suas antigas posições acerca da chamada celestial: uma "nova luz" colocou fim a data de 1935 como o limite para as pessoas entrarem no céu. Com a nova interpretação, qualquer testemunha pode reivindicar que Jesus Cristo é o seu mediador pessoal, que é nascido de novo, e consequentemente pode tomar do vinho e comer do pão na refeição noturna do Senhor (ceia). Isto pode soar estranho para os cristãos, que obedecem ao mandamento de Cristo de fazer isto "em memória de mim" (Lc 22:19), e que sabem das conseqüências de não tomar parte no pão e no vinho: "Se não comerdes a carne do Filho do homem, e não beberdes o seu sangue, não tereis vida em vós mesmos." (Jo 6:53) Entretanto, o número de vagas continua extremamente apertado: segundo a ótica extremamente míope das TJ's, apenas 144.000 pessoas têm direito a tal "privilégio", em contraste absoluto com o que disse o nosso Senhor Jesus: "Na casa de meu Pai há muitas moradas." (Jo 14:2) Por isto, na prática nada muda, senão que os chamados "novos ungidos" - aqueles que supostamente têm o testemunho de que vão para o céu - que surgiram depois de 1935 ficam devidamente "oficializados" em suas posições.

Vejamos a mudança na "A Sentinela" de ' de Maio de 2007 na página 31:

"Sem dúvida, se um ungido cai sem arrependimento, Jeová chama outro indivíduo para tomar o seu lugar. (Romanos 11:17-22) No entanto, o número de ungidos genuínos que se tornaram infiéis não é grande. Por outro lado, com o passar do tempo, alguns cristãos batizados depois de 1935 tiveram nascido o testemunho que eles têm a esperança celestial. (Romanos 8:16,17) Assim, parece que não podemos marcar uma data específica para quando a chamada dos cristãos para a esperança celestial tenha terminado." (Pode haver uma pequena diferença deste texto em relação a edição brasileira, visto que a citação aqui é da edição americana da revista, traduzida pelo Irmão Brasileiro)

Fico imaginando como pode caber na mente das pessoas tal falácia. É notório que o número de cristãos no primeiro século tenha ultrapassado a isto. Somente em Atos dos Apóstolos, vemos as conversões em massa em apenas duas ocasiões. Somente no discurso de Pedro, "agregaram-se quase três mil almas" (At 2:31), e no de Pedro e João perante o sinédrio "ouviram a palavra, creram, e se elevou o número dos homens a quase cinco mil." (At 4:4) É notória as conversões numerosas em diversas ocasiões no novo testamento, tendo somente nestes dois exemplos cerca de 8.000 novos cristãos, todos eles "ungidos" segundo a interpretação da STV. Se somente com dois dias diferentes 8.000 pessoas se agregaram a fé, imagine como fervilhava a palavra naqueles dias. É evidente que muito mais de 144.000 pessoas se ajuntaram a cristo naqueles dias dos apóstolos. Imagine ai os tantos outros que supostamente entraram nesta contabilidade louca da STV nos dias do "pastor" Russel e Rutherford. O número de 144.000 já foi amplamente ultrapassado.

Quão fácil seria aceitar a simplicidade da mensagem do evangelho. Quão fácil seria se as TJ's lessem a Bíblia livres das interpretações da Torre de Vigia. Elas veriam que as "duas classes" aparentemente criadas em João 10:16 são os judeus e os gentios, e que eles não teriam esperanças diferentes, pois seriam "um [só] rebanho e um [só] pastor". Assim, a data de 1935 nunca existiu, nem tampouco o limite de vagas no céu. Isto foi invenção de homens quem nem entram no reino dos céus e nem deixam outros entrarem. (Mt 23:13)

Que Deus os abençoe e mostre a verdade e a simplicidade que há em Jesus Cristo (2 Cor 11:3; Jo 14:6).

*Pelo Irmão Brasileiro.

SANGUE NO ALTAR


As Testemunhas de Jeová, na revista Despertai de 22 de Maio de1994, se orgulham de 26 crianças que se sacrificaram (ou foram sacrificadas) em nome de Jeová, ao rejeitarem uma simples transfusão de sangue! Crianças que nem mesmo podiam exercer seus direitos civis, já que eram menores. Crianças que poderiam estar ainda entre nós, vivas, se seus pais não fossem as fanáticas Testemunhas de Jeová. Crianças que não morreriam se tivessem tido a sorte de nascerem no meio de famílias realmente cristãs, que exercem seu livre arbítrio de crer. Crianças que tinham sonhos como outras crianças normais, mas que foram condicionadas a pensar como ‘robôs’, sem vontade própria, atreladas às normas rígidas de uma sociedade que incita o ‘ódio religioso’ àqueles que pensam diferente dela (veja a revista Sentinela de 15/7/1992, p. 9 e 15). Foram vítimas infelizes e prematuras de uma Sociedade de ‘filosofia vã’ que vive mudando suas doutrinas insólitas.

É bom lembrar que a Sociedade Torre de Vigia já proibiu o uso de vacinas e até mesmo os transplantes de órgãos, alegando que tais procedimentos seriam o mesmo que canibalismo! Isto aconteceu entre os anos de 1960 a 1980. As Testemunhas de Jeová, sob a direção da Torre de Vigia, distorceram certos textos da Bíblia para apoiarem tais crenças. Os que desobedeciam as suas ordens eram desassociados (banidos) da seita. Mas hoje, alegando uma ‘suposta Nova-Luz de Jeová’, permitem o uso das vacinas e os transplantes. Isto mais parece uma brincadeira dantesca com as vidas de inocentes e ingênuas Testemunhas que cegamente entregam seus filhinhos, e a si mesmo, no “Altar da Torre de Vigia” que arbitrariamente decide sobre suas vidas. Mas, o que dizer das vidas que se perderam inutilmente? Quem são os culpados? Por que a lei nada faz, já que o direito à vida é inviolável e garantido na Constituição Brasileira de 1988 (Art. 5º caput) e pelo “Pacto de São José da Costa Rica” em seu Artigo 4º?

A Sociedade Torre de Vigia cinicamente tem escrito que “alguns dentre as Testemunhas de Jeová, no passado, interpretaram erroneamente alguns de seus ensinos e tomaram a decisão pessoal de recusarem as vacinações e os transplantes”. Assim, de forma hipócrita, ela foge à responsabilidade de seus próprios escritos! E o mais surpreendente é que as próprias Testemunhas de Jeová não discutem sobre a veracidade de sua declaração, pois bastaria uma simples pesquisa em suas publicações passadas para se verificar a sua culpa; mas a cegueira espiritual e a falta de liberdade de pensamento têm levado à morte e a aleijão dessa gente simples!

No Velho Testamento, vemos alguns adoradores do falso deus Moloque oferecendo seus filhos no Altar de Fogo, construído pelo rei Salomão; hoje são as Testemunhas de Jeová que oferecem seus filhos no ‘Altar de Sangue’ da Torre de Vigia (Jeremias 32: 35)!

Aquelas 26 crianças que morreram por acreditarem numa doutrina que já está mudando, e brevemente não terá mais sentido, ou que foram obrigadas por seus próprios pais, fanáticos numa Sociedade que está em constante mudança doutrinária, a entregarem suas vidas neste “Altar Macabro” de doutrinas funestas, na verdade foram covardemente induzidas ao suicídio assim como tem acontecido com outras seitas, tais como a de Jim Jones que matou mais de 900 pessoas nas Guianas; David Koresh, em Wako, EUA, que morreram queimados ao serem cercados pelo FBI; o Portal do Paraíso, que também incitou ao suicídio em massa os seus membros que esperavam ser ‘arrebatados pelo cometa de Halley’.

Desta forma, perguntamos: “Quando a Sociedade Torre de Vigia finalmente abolir esta “doutrina suicida”, pois na verdade já vemos indícios desta mudança, quem será responsabilizado por essas 26 mortes relatadas na revista Despertai de 22 de maio de 1994?” Como ficará o novo título da reportagem: “Jovens que colocaram Deus em primeiro lugar” ou “Jovens que colocaram a Sociedade Torre de Vigia em primeiro lugar”? As respostas a estas perguntas ficam ao encargo do leitor perspicaz e que preza o ‘bem maior’, a Vida! O próprio Senhor Jesus disse: “Eu vim para que tenham Vida, e vida em abundância!” (João 10:10).
P.S.: O Acordo Internacional dos Direitos Humanos, conhecido como “Pacto de São José da Costa Rica”, assinado pelo governo brasileiro, em seu Artigo 4º prevê: “toda a pessoa tem o direito de que se respeite a sua vida. Esse direito deve ser protegido pela lei, em geral, desde o momento da concepção. Ninguém pode ser privado da vida arbitrariamente” (grifos acrescentados).
Leia o livro “Fatos Curiosos sobre as Testemunhas de Jeová”.
Mais informações: hes.carmen@hotmail.com

AS TESTEMUNHAS DE JEOVÁ QUERIAM QUE NOSSO BEBÊ MORRESSE

A História Íntima de uma Ex-Testemunha de Jeová da Terceira Geração


Para a pessoa comum, o nome "Testemunhas de Jeová" traz à mente um grupo de pessoas cuidadosamente vestidas, que vão de porta em porta no bairro, vendendo a revista Sentinela ou talvez um livro. Porém, quando eu penso neste nome, Testemunhas de Jeová, recordo uma vida inteira de escravidão a um culto que servi durante os primeiros 28 anos de minha vida. Meu avô se tornou uma parte da Sociedade Torre de Vigia no inicio do século 19. Meu pai é um ancião no Salão do Reino que freqüenta.
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Eu fui ensinado que as Testemunhas de Jeová eram a única verdadeira religião. É uma religião governada pela Sociedade Torre de Vigia - sediada em Brooklyn, N.Y. O conselho de controle, ou corpo governante, é composto de um punhado de homens idosos que controlam as vidas de mais de quatro milhões de pessoas. É ensinado às Testemunhas de Jeová que tudo escrito por esses líderes é como se fosse do próprio Deus, e nunca deve ser questionado. Eles acreditam que esse corpo governante recebe o que eles chamam de " nova luz", diretamente de seres angelicais, que explicam seus ensinos diferenciados. Esta informação "angelical", é passada para os "rankeados" e arquivada de forma impressa pelas matérias da Sociedade Torre de Vigia. Eles acreditam que a organização Torre de Vigia é a agência exclusiva que Deus está usando na terra. Assim, de acordo com a convicção deles, à parte da organização Torre de Vigia, as pessoas não têm nenhuma esperança. As Testemunhas de Jeová acreditam que só eles possuem o que chamam de "a verdade." Eles também acreditam que são os únicos verdadeiros cristãos, isso significa que só eles serão salvos. Todos os outros são considerados parte da "Babilônia a Grande - o império mundial da religião falsa." Todos os membros das igrejas e outros serão destruídos por Jeová Deus na batalha do Armagedon.




Eu comecei no serviço de tempo integral para a Torre de Vigia em 1971, com o encorajamento dos líderes da Torre de Vigia, após terminar a Escola secundária. Eles tinham predito o fim do mundo para acontecer em 1975. Durante esta período, milhares de Testemunhas de Jeová resgataram suas apólices de seguro, abandonaram carreiras, e venderam suas posses para gastar o curto tempo que "restava" no trabalho do ministério, antes do fim do mundo. Como um trabalhador missionário ou "pioneiro", eu fui de porta em porta tentar convencer as pessoas que elas teriam que se tornar Testemunhas de Jeová para agradar a Deus, e talvez receber a salvação.


Eu uso a palavra "talvez" porque todas as Testemunhas de Jeová não estão seguras da salvação delas. O caminho da Torre de Vigia para a salvação é baseado em trabalhos, em lugar da graça misericordiosa de Jesus Cristo, que recebemos gratuitamente por meio da fé.


O sistema de vender literaturas da Torre de Vigia de porta em porta e outras ações, coloca a Testemunha de Jeová individual em uma posição de ser salva, se ela for fiel à organização e fizer tudo que lhe é dito. Fidelidade para com a organização também envolve aderir a lista de regras e regulamentos que os anciãos da Torre de Vigia impõem com grande zelo.


A violação de qualquer regra estabelecida pelo corpo governante da Sociedade Torre de Vigia pode resultar em castigo e restrições, dependendo da ofensa. Anciãos têm o poder para anular a salvação, restringir a vida espiritual, interromper a comunicação familiar ou qualquer coisa que eles julguem necessárias para levar uma Testemunha "cabeça dura" ao arrependimento.


Cada Testemunha de Jeová tem que preencher relatórios mensais relatando aos anciãos o tempo gasto no trabalho de conversão. Os anciãos colocam a informação em um arquivo pessoal. Há arquivos mantidos de cada membro da congregação. Também são mantidos arquivos secretos que contêm informação "sensível" reportando qualquer pecado maior ou infrações de regras e hábitos pessoais de indivíduos. Estes arquivos secretos relacionados a vida privada das Testemunhas é transferido para o arquivo central na sede em Nova Iorque - EUA. Estes arquivos nunca são destruídos.


Considerando que eu vivi neste sistema por toda minha vida, eu sabia o que era esperado de mim. Eu tinha que seguir estas regras e leis para ganhar a salvação. Eu tinha ido de porta em porta desde que eu era uma pequena criança, assim, me adaptei facilmente no serviço de tempo integral.

Eu prossegui neste serviço por vários anos, mas com pouca satisfação. O fardo de manter o ritmo das cotas mensais de 100 horas, como também a cota de vender no mínimo 100 revistas e 40 livros, começou a me desencorajar. Todo este trabalho é voluntário, não é pago nenhum salário. A Testemunha tem que achar um emprego que suporte este trabalho voluntário.


Em 1973, eu fui convidado a entrar para a Sede Mundial em Brooklyn, e fazer parte da vasta equipe de trabalhadores que produzem as literaturas. Em uma carta pessoal do presidente da Sociedade Torre de Vigia, Nathan H. Knorr, ele declarou: "Adicionalmente, você vai ganhar quatro anos maravilhosos, avançado no treinamento teocrático, que é de longe, melhor do que qualquer educação secular que você possa adquirir."


Clique aqui para ver a cópia escaneada da carta enviada pelo presidente da Torre de Vigia N. H. Knorr


Com muita antecipação eu subi a bordo do avião rumo à cidade de Nova Iorque. Enquanto no avião eu recordei da inveja de todos meus amigos, já que eu ia estar vivendo com os membros do corpo governante, e principalmente, estaria no centro de toda a atividade do trabalho ao redor do mundo. Meus amigos me deram festas e presentes de despedida, parabenizando meus orgulhosos pais, por me criar tão bem na organização, que eles pudessem ver o filho deles ir para tal lugar.
Paul e Pat Blizard em frente a Sede de "Betel" 124 Columbia Heights, Brooklyn, NY - (1976) a casa de Paul durante três anos


Logo após chegar em Nova Iorque, a ilusão foi jogada para fora, quando eu fui nomeado para trabalhar na fábrica. Trabalhar duro e aprender os modos da organização, que do lado de fora era a "educação" que eu obtive na sede da Torre de Vigia. O espaço não permite detalhes do que eu experimentei enquanto passando longas horas trabalhando na oficina de encadernação de livros. Lá eu operei equipamentos para a "organização de Deus." Eu recordo a tensão mental de uma profusão de regras e regulamentos. O plano piloto dos líderes da Torre de Vigia controlava onde íamos, o que fazíamos, e como fazíamos.


Depois de passar três anos na sede, sem dinheiro para começar no mundo lá de fora (nosso pagamento era $14.00 americanos mensais), eu aprendi a realidade severa de tentar ganhar dinheiro sem ter treinamento ou habilidades. A Testemunha de Jeová é fortemente desanimada de freqüentar uma faculdade.


Eu me casei com uma boa garota Testemunha de Jeová, e nós partimos tentando agradar a Deus da melhor maneira que aprendemos. Quer dizer, nós éramos boas Testemunhas de Jeová e seguíamos todas as regras e leis. Minha esposa tinha sido uma missionária durante oito anos. Tinham lhe enviado a partes diferentes dos Estados Unidos em seu trabalho, sob a direção da Sociedade Torre de Vigia.


Depois que eu voltei para casa com um arquivo "bastante limpo" do escritório de Nova Iorque, os anciãos locais estavam me usando bastante extensivamente para ensinar da tribuna. A maioria das Testemunhas concordam que qualquer um que gastou qualquer hora na sede é especial e merecedor de maiores responsabilidades na congregação local.

Como ganhei status na congregação, eu estava sendo exposto e treinado para algumas tarefas dos anciãos locais. Alguns achavam excitante espiar membros da congregação suspeitos de estarem fazendo alguma coisa errada. Eu também obtive acesso aos arquivos da congregação, que revelava informações antigas de tudo na congregação. Eu estava sendo usado no mesmo tipo de operações encobertas, que eu já tinha visto no controle dos trabalhadores da sede.


Em meio a tudo isso, eu não pude obter qualquer satisfação ou paz. A pressão de tentar servir um Deus que é vingativo e cheio de ira é mais do que eu posso descrever. A organização sempre pintou um quadro de Jeová como um Deus pronto para "despejar vingança." Tudo que eu conheci sobre Deus foi o que eu li nas literaturas da Torre de Vigia. Sim, nós lemos a Bíblia, mas foi ensinado que se nós fizéssemos uma interpretação à parte dos ensinamentos da Torre de Vigia, seriamos apóstatas, e no final das contas seriamos destruídos por Deus.


Um amigo me apresentou um livro que foi escrito por uma ex-Testemunha de Jeová, o titulo era "Trinta Anos como Escravo da Torre de Vigia." Eu sabia que meu dever como uma boa Testemunha era delatar meu amigo aos anciãos, porque nos proibiram de ler qualquer material anti-Testemunha.


Mas em desafio, eu li o livro. O livro me perturbou grandemente, pois o autor era um anterior trabalhador da sede, e eu pude relacionar comigo muitas das coisas que ele estava dizendo. Muitas coisas que eu tinha tentado apagar de minha memória estavam surgindo novamente, e perguntas sobre a autoridade da Torre de Vigia me deixaram muito inseguro. O autor mencionou que ele tinha achado a verdade estudando a Bíblia à parte das publicações da Sociedade Torre de Vigia.


Tudo nesse tempo estava me levando a crer que Deus desejava que estudássemos sua palavra à parte de livros. Embora tivéssemos nossa própria Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas, a Bíblia (traduzida pela Sociedade Torre de Vigia) e refutada pelos estudantes do hebraico e grego, como sendo uma versão parcial, inexata da Bíblia), nós compramos a versão "New American Standart Bible."


Minha esposa e eu estudamos secretamente nossa nova Bíblia, durante longas horas à noite, descobrindo que muitas das principais doutrinas que tínhamos estado dispostos a morrer, eram falsas. Eu confrontei meu pai com alguns destes assuntos. Sendo um ancião, meu pai percebeu que eu estava questionando alguns dos ensinos principais deles, e ele delatou eu e minha esposa para os anciãos, de estar dando suporte para a apostasia.

Depois de uma audiência prolongada, chorosa, nós nos arrependemos de duvidar da Sociedade Torre de Vigia e nos foi permitido permanecer como Testemunhas de Jeová, mas tiraram todas minhas responsabilidades na congregação. Eu seria observado por um período de tempo antes de servir novamente em qualquer capacidade na congregação. Todas essas informações foram anotadas em nossos arquivos.


Uma transferência profissional para outra cidade, chegou como um alívio bem-vindo. Nós esperávamos entrar em outra congregação e ter um novo começo. Mas logo a decepção veio quando nos lembramos que os detalhes de nossa tentativa estavam em nossos arquivos e nos seguiriam onde quer que fôssemos, pelo resto de nossas vidas!


Claro que, os anciãos na nova congregação, receberam nossos arquivos logo após começarmos a comparecer nas reuniões. Eles nos disseram que eles estariam nos observando durante algum tempo para ver se nossas idéias apostatas persistiriam. Eles nos advertiram que seriamos excomungados se tentássemos compartilhar tais idéias com qualquer um na congregação. Nós juramos lealdade à organização, e dissemos que não leríamos ou falaríamos sobre qualquer coisa diferente da posição da Torre de Vigia sobre a Bíblia.


Dois anos passaram. Estar debaixo do escrutínio dos anciãos nos deixaram muito vazios. Nada, nem mesmo nossas crianças que tinham trazido tanta alegria para nós, tornou nossa vida completa. Nós tivemos uma necessidade por algo mais, mas o que era exatamente nós não sabíamos. Freqüentemente bebíamos em excesso, procurando por algum tipo de alegria, mas o resultado era só o vazio.


Tendo dois garotos, nós almejamos uma menina, e esperávamos que ter uma menininha, completaria a felicidade que faltava em nossa família. No dia 10 de agosto de 1980, nasceu Jenny Leigh Blizard. Nós estávamos muito entusiasmados, mas a tragédia apareceu. Com cinco semanas, Jenny recebeu um pequeno corte em um dedo que não parava de sangrar. Os médicos locais simplesmente notaram que o sangue de Jenny não coagulava.


Eles nos enviaram para San Antonio, Texas, para tratamento da condição de Jenny. Ela foi admitida no berçário do centro médico Santa Rosa, para cuidados especiais, enquanto procurando o tratamento que faria bem para Jenny. Os doutores gastaram dias tentando alcançar um diagnostico.

Finalmente, uma equipe médica nos informou que Jenny precisava de uma transfusão de sangue emergencial para salvar sua vida. Este era um problema difícil para nós, porque a lei da Torre de Vigia não permite que qualquer Testemunha de Jeová receba sangue de qualquer forma. As Testemunhas de Jeová carregam cartões que declaram que sob nenhuma circunstância elas autorizam uma transfusão, até mesmo se isso significar a morte.


Nós pedimos aos doutores que saíssem do quarto e dissemos que logo daríamos nossa resposta. Minha esposa e eu rezamos e clamamos a Deus por respostas. Eu me lembro do pensamento; "Oh Jeová, como pode você me pedir para tomar tal decisão - um sim ou não significa se Jenny vive ou morre! Que tipo de Deus é você!" Finalmente minha esposa e eu chamamos de volta os doutores, e os informamos que tínhamos que obedecer a lei de Deus e teríamos que deixar Jenny morrer.

Os funcionários de hospital contataram o Departamento de proteção e bem estar da Criança no Texas, e um termo foi arquivado contra nós por abuso e negligência de crianças. Uma ordem de tribunal foi emitida para assegurar que Jenny receberia o sangue que ela precisava para salvar a vida dela. O Departamento do Xerife do Condado de Bexar emitiu citações contra nós e advertiu o pessoal do hospital que não nos permitisse remover Jenny do hospital. Eles sabiam muito bem que as Testemunhas de Jeová tem uma longa história de pacientes "furtados" de hospitais para evitar transfusões de sangue a todo custo.

Minha esposa e eu ficamos secretamente aliviados que Jenny receberia o cuidado que ela precisava para poupar sua vida. Sentíamos que tínhamos feito tudo que pudemos para tentar evitar uma transfusão. Nós nunca pensamos que os tribunais interviriam.

Repórteres de dois jornais de San Antonio, "O San Antonio Express/News" e "The San Antonio Light", souberam sobre Jenny e expuseram a história, entretanto, nos recusamos a falar com os repórteres. Em retrospecto, eu recomendo o trabalho deles.

Enquanto isso, amigos contataram os anciãos locais que prontamente vieram nos visitar. Eles ficaram aliviados em descobrir que ainda havia tempo para planejar um modo de tirar Jenny do hospital, antes que o sangue pudesse ser administrado.


Eu expliquei a eles que o assunto estava fora de minhas mãos e que eu estava debaixo da ordem do tribunal para não remover Jenny. Isso não importou a eles. A preocupação principal deles era tira-la do hospital.


Eu soube que Jenny morreria rapidamente se eu a removesse das máquinas que estavam a mantendo viva, e eu seria acusado de assassinato. Eu expliquei isto aos anciãos. Eles responderam, "Essa é a chance que você tem! Você não pode permitir a eles que dê seu sangue para a criança!"


Eu lhes pedi que partissem sem discussão adicional, enquanto declarando que nós não poderíamos permitir que nossa criança morresse deste jeito. "Se este é o Deus que eu sirvo, eu estou terminado com Ele."


Os anciãos deixaram o hospital bravos, vendo que não submeteríamos às demandas deles, "eu espero", disse um dos anciãos, "que ela pegue hepatite daquele sangue, só para provar que é ruim!"


Quando finalmente voltamos para casa com Jenny, as Testemunhas tinham recebido as noticias, que embora nós tivéssemos protestado à transfusão, nós "permitimos" que ela tomasse sangue. Isto nos fez os desterrados aos olhos deles. Eles não nos excomungaram porque a lei deles de expulsão, só teria se aplicado se tivéssemos dado livremente a permissão para transfusão.

Foi quando sentimos que Deus entrou. Os cristãos locais vieram em nossa casa e nos ajudaram com o preparo da comida e ajuda útil. O testemunho vivo destas pessoas afetou minha esposa e eu, tanto que decidimos começar a estudar a Bíblia novamente.

Esses meses de intenso estudo em segredo da Bíblia nos levaram a concluir que tínhamos vivido uma mentira. Nós tínhamos estado em escravidão a um sistema de interpretação das escrituras que silenciava qualquer pensamento individual. Nos assuntos e pontos doutrinais que eu tive tanta dificuldade, a Bíblia era clara. Eu li a Bíblia inteira em contexto, sem a ajuda de livros ou revistas para me instruir.

O resultado deste estudo foi que percebemos que tudo que precisamos para a Salvação é fé no Senhor Jesus Cristo. Nós também percebemos que Ele é um Deus de amor.


Uma noite, minha esposa e eu seguramos nossas mãos e dedicamos nossas vidas ao Senhor Jesus Cristo. De repente, sentimos uma liberação em nosso espírito, uma liberação que trouxe liberdade e salvação. Nós estávamos, como disse Jesus: "nascidos de novo." Eu nunca tinha tido um sentimento como este em todos as milhares de horas que eu tinha gasto me esforçando para agradar Deus como uma boa Testemunha de Jeová. Soubemos que fomos mudados. Nós éramos uma " nova criação." Como o apóstolo João disse: "Estas coisas vos escrevo, a vós que credes no nome do Filho de Deus, para que saibais que tendes a vida eterna." (I João 5:13)

Claro que, nós fomos prontamente desassociados da religião das Testemunhas de Jeová. Pelas leis da excomunhão, nós não podemos ter contato com qualquer membro de nossa família e amigos de longos anos que estão dentro da organização. Não será permitido que nossos próprios pais e membros familiares assistam nossos funerais. De acordo com a lei da Torre de Vigia, somos considerados mortos. Qualquer Testemunha que for vista falando conosco, estará sujeita a ação judicial, inclusive desassociação.


Em conclusão, devo dizer que nós não estamos mortos, mas bem vivos. Sim, nós estamos mortos para um modo anterior de vida, mas vivos em Jesus Cristo, cheios do Espírito Santo e de poder, salvos pelo sangue do Cordeiro!


Em conclusão, a condição de Jenny era mais séria que uma transfusão pudesse curar permanentemente. As transfusões dadas a ela enquanto criança, prolongaram sua vida, mas no dia 3 de Março de 1987, nossa Jenny de seis anos foi para casa para estar com Deus.


Na lápide de Jenny está escrito: Mensagem especial de Deus." Nós acreditamos que ela era verdadeira. Por sua doença e vida breve, nós chegamos a reconhecer a decepção na Sociedade Torre de Vigia, professamos e recebemos a Jesus Cristo como Senhor e Salvador, e compartilhamos este conhecimento de remissão com as Testemunhas de Jeová ao redor do mundo.

Além disso, durante os 39 dias finais de Jenny no Centro Médico para crianças em Dallas, minha esposa e eu gastamos muito de nosso tempo rezando e testemunhando sobre Cristo com famílias de crianças doentes e em estado terminal no hospital.


Finalmente, alguns detalhes do funeral de Jenny atestam a natureza má da Sociedade Torre de Vigia e do controle que ela tem de seus membros. No funeral de Jenny, as primeiras quatro fileiras de cadeiras na igreja estavam reservados para membros familiares. As filas restantes das cadeiras estavam abertas à família da igreja e as pessoas da comunidade. Pessoas de toda parte vieram compartilhar nossa aflição pela perda desta pequena criança. Porém, as cadeiras reservadas para a família de Jenny estavam ocupados por apenas quatro pessoas - eu, minha esposa Pat, e os dois irmãos de Jenny. Nenhum outro membro familiar assistiu ao funeral. Não lhes foi permitido pelos lideres da Torre de Vigia. A insensibilidade mostrada pela Sociedade Torre de Vigia proibindo os parentes de assistirem o memorial é deplorável. Porém, nossa oração é que por nosso testemunho, que esses que se encontram em escravidão religiosa acordarão para a liberdade somente encontrada na pessoa de Jesus Cristo.

Me deixe encorajar qualquer pessoa que esteja pensando nas "perdas" se eles abandonarem a Torre de Vigia para seguir a Jesus Cristo. Há um preço a pagar, há um custo. Sim, o amigos Testemunha de Jeová não falarão mais com você, talvez até mesmo sua própria família passe a considera-lo como órfão. Porém, se você der sua vida a Jesus Cristo, você terá um Pai divino que proverá todas suas necessidades! O Salmo 27:10 diz "Se meu pai e minha mãe me abandonarem, então o Senhor me acolherá." Considerando que nós deixamos a Sociedade Torre de Vigia, nós fizemos centenas de amigos maravilhosos e temos uma família na igreja que nos ama. Você é abençoado de maneiras que não poderia imaginar. Um texto da Bíblia que se tornou especial para nós recentemente é, Jó 42:10: "O SENHOR, pois, virou o cativeiro de Jó, quando este orava pelos seus amigos; e o SENHOR deu a Jó o dobro do que antes possuía." Sim, a perda de uma criança é devastadora, porém nós recebemos uma bênção em dobro. Em dezembro de 2002, nós adotamos gêmeas órfãos da Rússia. Nossas novas filhas são verdadeiramente presentes de Deus. Confie em Deus, acredite Nele, e O deixe tomar conta dos detalhes!

Primeira fotografia com nossas filhas gêmeas : Orfanato de Kalinina
Vyborg, Rússia, Dezembro de 2002 ©2004 -
* Paul Blizard